terça-feira, 3 de junho de 2008

A Correspondência de Fradique Mendes - Eça de Queiroz


"Padre Salgueiro, hoje, já esqueceu regaladamente a significação theologica e espiritual do casamento: - mas casa, e casa com pericia, com bom rigor liturgico, com boa fiscalisação civil, esmiuçando escrupulosamente as certidões, pondo na benção toda a uncção prescripta, perfeito em unir aos mãos com a estola, cabal na ejaculação dos latins, porque é subsidiado pelo Estado para casar bem os cidadãos e, funcionário zeloso, não quer cumprir com defeitos funcções que lhe são pagas sem atrazo."


"A sua ignorância é deliciosa."


"Bastava ter o illimitado querer - para d’elle tirar o illimitado poder. Eis-ahi em Ramèzes um sêr que tudo quer e tudo póde, e a quem Phtah, o Deus sagaz, diz com espanto: « a tua vontade dá a vida e a tua vontade dá a morte! »"

segunda-feira, 2 de junho de 2008

A Grande Conquista Portuguesa


Salazarista, um regime de opressões e censuras, onde o mais fraco é promovido a ignorante, por conveniência, e o mais audaz é perseguido pela PIDE e, quando feito prisioneiro, é torturado física e psicologicamente, até lhe ser arrancada, pelas palavras, a confissão.
Foi ao som de Zeca Afonso, com o tema 'Grândola, Vila Morena', que caminhámos na direcção da Liberdade.
Vencemos a mais sofrível Revolução sem mancha de sangue presente. Conquistámos a nossa liberdade, independência e autonomia de forma tão irónica, tão inesperada, que à Revolução mais conceituada do país chamámos de Revolução dos Cravos - pelo glorioso momento em que as crianças plantaram, nos canos das espingardas dos militares, um cravo -;
Trinta e quatro anos após o grande dia da Restauração da República, parte de nós crê que, talvez, não tenha sido tão profícua a derrota do regime ditatorial!
» 'Pelo menos no tempo do Salazar não havia a violência que há hoje' - dizemos nós!
Por parte, é susceptível esta atitude, mas, não será ela um atentado à imagem de todo aquele que sofreu o peso da tortura?!
Afinal queremos liberdade ou... tortura?!
...Típico do povo português! Não pensa [nem age], apenas diz...
A liberdade individual é o maior bem que possuímos. Para quê recusá-la ou vendê-la a outrem?
A Revolução dos Cravos é pecúlia demais para ser pobremente ignorada. Porque não logramos a liberdade que possuímos em algo útil, original e sensato, como a recordação desde dia?
Se 'O Povo é quem mais ordena' e se 'A união faz a força', porque não tornarmos isso real e vivermos esse tão importante dia com a emoção e respeito que merece, recordando-nos?